quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Dia Mundial de Luta contra a AIDS: estatísticas e tratamento gratuito no Brasil




O Brasil foi um dos primeiros países, dentre os de baixa e média renda a fornecer tratamento gratuito para pessoas que viviam com AIDS – em 1996 pelo Serviço Único de Saúde (SUS). Enquanto isso, a maioria desses países aguardava financiamento internacional para suas respostas.

O Brasil hoje tem uma das maiores coberturas de tratamento antirretroviral (TARV) entre os países de baixa e média renda, com mais da metade (64%) das pessoas vivendo com HIV recebendo TARV – segundo os dados mais atuais do Ministério da Saúde – , enquanto a média global em 2015 foi de 46% – segundo dados compilados pelo UNAIDS.

Veja abaixo as principais informações sobre o HIV no Brasil contidas no relatório mais recente do UNAIDS –  Lacunas na Prevenção – lançado em julho de 2016.

Estimativas sobre HIV e AIDS para o Brasil (2015)
  • Em 2015, havia 830.000 [610.000 – 1.100.000] pessoas vivendo com HIV;
  • Em 2015, estima-se que tenham ocorrido 44.000 [32.000 – 59.000] novas infecções pelo HIV;
  • O número de mortes relacionadas à AIDS no Brasil foi estimada pelo UNAIDS em 15.000 [11.000 – 21.000] em 2015.
  • O dado mais recente sobre prevalência de HIV estimada para o Brasil em relatórios do UNAIDS é de 0,4% a 0,7% em pessoas de 15 a 49 anos – em 2014.
Sobre a epidemia de AIDS no Brasil:

Algumas populações são mais afetadas que outras. Enquanto as estimativas mostram que  0,39% da população geral esteja vivendo com HIV no Brasil – dado referente ao Boletim Epidemiológico de HIV/AIDS de 2015 -, entre homens gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), essa prevalência  cresce para 10,5% – segundo os últimos dados reportados pelo Brasil e como mostra o gráfico abaixo.
Ainda segundo dados do Boletim Epidemiológico de HIV/AIDS de 2016, existe uma tendência de aumento na proporção de casos de AIDS em homens que fazem sexo com homens (HSH) nos últimos dez anos, a qual passou de 35,3% em 2006 para 45,4% em 2015. Outras populações afetadas no Brasil são as pessoas que usam drogas e profissionais do sexo.



O Brasil adotou em 2013 novas estratégias para frear a epidemia de AIDS, oferecendo tratamento a todas as pessoas vivendo com HIV, independentemente de seu estado imunológico (contagem de CD4). Além disso, o país vem simplificando e descentralizando o tratamento antirretroviral; aumentando a cobertura de testagem para  HIV em populações-chave, entre outras iniciativas.
Por ser o país mais populoso da América Latina, o Brasil é também o que mais concentra casos de novas infecções por HIV na região. O país responde por 40% das novas infecções – segundo estimativas mais recentes do UNAIDS -, enquanto Argentina, Venezuela, Colômbia, Cuba, Guatemala, México e Peru respondem por outros 41% desses casos.
O gráfico abaixo mostra a cascata de cuidado contínuo no Brasil. Ela estabelece a linha de base e permite avaliar o progresso brasileiro rumo às metas de tratamento 90-90-90, estabelecidas pelo UNAIDS – que até 2020: 90% das pessoas vivendo com HIV estejam diagnosticadas; destas, que 90% estejam em tratamento; e que, das pessoas em tratamento, 90% apresentem carga viral indetectável).
Essas metas fazem parte da estratégia de Aceleração da Resposta para o fim da epidemia de AIDS como ameaça à saúde pública até 2030.
Na cascata brasileira, segundo dados do Ministério da Saúde, observa-se que do total de pessoas vivendo com HIV, 87% já foram diagnosticadas. Deste número, 64% estão em tratamento para o HIV. Das pessoas em tratamento, cerca de 90% apresentam carga viral indetectável.



Em relação ao total de pessoas estimadas vivendo com HIV, também segundo o Ministério da Saúde, 87% estão diagnosticadas, 55% do total estão em tratamento e 50% de todas as pessoas estimadas vivendo com HIV estão com carga viral suprimida – os dados são de 2015.


De acordo com dados do último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, o crescimento de AIDS na juventude (15 a 24 anos) continua sendo uma preocupação importante e as ações nesse segmento tem de ser intensificadas.
De 2006 a 2015 a taxa de detecção de casos de AIDS entre aqueles com 15 a 19 anos quase que triplicou (de 2,4 para 6,9 casos por 100 mil habitantes) e entre os jovens de 20 a 24 anos, a taxa mais do que dobrou (de 15,9 para 33,1 casos por 100 mil habitantes). (unaids)

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